Rio – O coronel Luiz Henrique Marinho Pires, secretário de Polícia Militar, disse que a megaoperação na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio, nesta terça-feira (24), estava sendo planejada há meses e foi deflagrada para impedir a migração de traficantes para a Rocinha, Zona Sul, ambas dominadas pelo Comando Vermelho (CV). Até o momento, uma moradora e dez suspeitos foram mortos e três pessoas ficaram feridas, entre elas um policial civil.
Agentes do Bope, da PRF e da PF conseguiram interceptar a ação de mais de 50 criminosos que sairiam da Vila Cruzeiro para se juntar a traficantes da Rocinha. “Durante a madrugada, identificamos uma grande movimentação de criminosos que, provavelmente, se organizavam para fazer uma invasão”, explicou o coronel.
Segundo o superintendente da PRF, Rômulo Silva, o trabalho de inteligência realizado entre as forças de segurança do estado e nacional foi fundamental para o sucesso da operação, que começou por volta das 03h30 da madrugada. Os agentes lamentaram a morte de Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, moradora da Chatuba, comunidade próxima à Vila Cruzeiro, mas frisaram que diante da forte reação dos criminosos, precisaram reagir à altura. De acordo com a corporação, o disparo que matou Gabriele partiu dos criminosos.
Segundo Uirá do Nascimento, tenente-coronel do Bope, havia a informação de que entre os criminosos tinha chefes de facção de outros estados atuando pelo Rio, também. “Sabemos que criminosos de Alagoas, Amazonas, Ceará, Pará, Bahia e Rio Grande do Norte estão, possivelmente, entre o bando que pretendia agir hoje.” Um deles, chamado Pezão do Pará, conhecido traficante do estado do Pará, morreu na ação desta terça-feira. Outro nome revelado foi o de Patrick de Andrade da Silva, o PT do Jacaré, que também veio a óbito. Os outros mortos ainda não foram identificados.