O caseiro Reginaldo Avelar Porto, de 37 anos, foi morto com um tiro de fuzil disparado por um policial militar, na manhã desta segunda-feira (6), na Av. Marechal Rondon, no Sampaio, Zona Norte do Rio. Segundo a PM, o tiro foi um acidente.
De acordo com relatos, Reginaldo, que fazia um “bico” trabalhando em um lava jato da região, tentou separar uma briga entre mototaxistas. Uma equipe de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora São João chegou no local para ajudar a controlar o tumulto.
A briga continuou embaixo do viaduto Eng. Armando Coelho, na saída do Túnel Noel Rosa. Reginaldo e um policial tentavam separar a confusão entre dois homens quando um disparo de fuzil foi feito. O tiro acertou o peito de Reginaldo.
Segundo a nota divulgada pela PM, “durante a tentativa de separar os envolvidos, a arma de um dos policiais foi disparada acidentalmente”.
Chegou morto no hospital
Reginaldo foi socorrido ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte. Contudo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, ele já deu entrada na unidade sem vida.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) e a 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) acompanham o caso. Um parente de Reginaldo, que pediu para não ter a identidade revelada, contou que o sentimento da família é de revolta.
“O que eu fiquei sabendo é que ele foi ver uma briga, separar uma briga e o policial, dizem, que ele foi separar a briga também e aconteceu que a arma dele disparou e pegou nos peitos do meu irmão. Foi o que eu soube e estou tentando descobrir se isso é verdade mesmo ou não”, disse.
“Não acredito até agora nisso. Uma pessoa saindo pra trabalhar, deixar o filho em casa para trabalhar, ganhar o pão de cada dia dele e acontecer uma coisa dessa. Isso é revoltante. Revoltante”, completou.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB informou que também está apurando o caso.
“Vamos fazer essa apuração, esse atendimento com a família. A investigação cabe à Polícia Civil e a gente espera que a polícia investigue a fundo, que a família tenha respostas. A gente espoera mesmo que esse seja um caso que a resposta seja dada. É impossível que a gente continue tendo um estado que mate pessoas em situações por questões banais, em situações banais todo dia”, disse a advogada Vanessa Figueiredo, membro da comissão.
A Federação de Favelas do RJ (Faferj) se manifestou dizendo que “se tivéssemos câmeras nos uniformes do policial nas favelas e Zona norte, saberíamos a verdade” sobre a morte de Reginaldo.
Mais tarde, moradores da região protestaram contra a morte de Reginaldo e ocuparam duas faixas da pista próximo ao viaduto Eng. Armando Coelho, na saída do Túnel Noel Rosa, próximo do local onde o crime aconteceu.
O que dizem os envolvidos
Em nota, a Delegacia de Homicídios informou que o caso foi registrado como homicídio culposo e que a investigação será feita pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
Segundo a Polícia Militar, o policial está sendo ouvido e permanecerá preso até a audiência de custódia. A PM afirmou ainda que intensificou o policiamento na região após as manifestações dos moradores, que tentaram fechar as ruas.