Uma correntista da agência do Banco Bradesco, localizada no calçadão do Centro de Campos dos Goytacazes, tem enfrentado uma situação angustiante e, segundo ela, constrangedora. Mônica Alves Peixoto foi vítima de três golpes em menos de três meses, totalizando cerca de R$ 30 mil retirados indevidamente de sua conta. Até o momento, apenas parte do valor foi ressarcida, e, diante da demora e da falta de respostas concretas, a cliente afirma que pretende acionar a Justiça.
Mônica registrou três boletins de ocorrência na 134ª Delegacia Policial do Centro, como recomendado pelo próprio banco. Segundo ela, os registros apontam que o dinheiro foi transferido sem sua autorização, caracterizando fraude. O que mais impressiona é que um dos golpes ocorreu enquanto ela estava dentro da própria agência, tratando justamente da primeira ocorrência.
Primeiro golpe: R$ 13 mil via WhatsApp
O primeiro golpe foi registrado no dia 28 de março, após Mônica receber uma notificação informando que seu celular ficaria indisponível por 45 minutos para uma suposta atualização de dados. Ao recuperar o acesso ao aparelho, percebeu uma série de mensagens no WhatsApp que simulavam comunicação com o Bradesco e autorizavam transações que totalizaram R$ 13.042,00.
Os beneficiários foram identificados pela Polícia Civil e, com o registro em mãos, a cliente exigiu o ressarcimento do valor — que foi devolvido dias depois.
Segundo golpe: TED de R$ 1.900 durante atendimento na agência
Quatro dias depois, em 1º de abril, um novo golpe foi identificado, desta vez por meio de uma transferência via TED de R$ 1.900. O mais alarmante é que o crime foi cometido enquanto a vítima estava dentro da agência, tratando justamente do golpe anterior. Mesmo com novo boletim de ocorrência registrado, o valor ainda não foi restituído até o momento.
Terceiro golpe: cinco transferências via Pix somando R$ 12 mil
O terceiro caso envolveu cinco transferências via Pix, realizadas entre contas do Bradesco, Will Bank e PicPay, somando R$ 12.060,00. Mônica afirma que não autorizou nenhuma das transações e apresentou todos os comprovantes ao banco. Ainda assim, o valor permanece sem devolução.
Bradesco mantém sigilo e não comenta o caso
Procurado pela reportagem, o Bradesco afirmou que adota mecanismos robustos de segurança e que todas as transações são autenticadas por senha e dispositivos de segurança. A instituição informou ainda que não comenta casos específicos por questão de sigilo bancário, tratando do tema diretamente com o cliente.
“O Bradesco conta com mecanismos robustos para garantir a segurança financeira de seus clientes, além de realizar campanhas de conscientização. Por sigilo bancário, o tema é tratado diretamente com a cliente”, diz trecho da nota enviada.
“Fui abandonada pelo banco”, diz vítima
Em contato com a reportagem, Mônica se queixa do atendimento vago e pouco resolutivo da instituição. Segundo ela, os protocolos abertos pelo banco não resultaram em devolução integral dos valores, e o processo tem sido marcado pela falta de transparência e lentidão.
A correntista afirma que tem sido afetada emocional e financeiramente pelos sucessivos golpes e pelo que considera omissão da instituição bancária. Caso o Bradesco não regularize a situação, Mônica diz que ingressará com uma ação judicial em busca de reparação dos danos sofridos.