A arborização urbana é reconhecida como essencial para a qualidade de vida nas cidades. No entanto, em Campos dos Goytacazes, uma questão vem gerando preocupação. O plantio de árvores frutíferas em vias públicas, em especial na movimentada Avenida 28 de Março, uma das principais da cidade e também na Avenida Felipe Uébe.
Motoristas relatam que os frutos que caem das árvores, como mangas, jambos, cajás e abacates podem representar risco de acidentes de trânsito. “Imagine um carro em movimento e um fruto caindo sobre o pára-brisa. É uma situação perigosa”, alertou o professor Dudu Terra, em seu instagram.
Segundo relatos de frequentadores da região, as árvores teriam sido plantadas de forma espontânea pela própria população, sem planejamento técnico da prefeitura. A iniciativa, embora bem-intencionada, pode gerar efeitos colaterais quando realizada em locais de grande circulação de veículos e pedestres.
“A arborização urbana é uma das principais estratégias para o desenvolvimento sustentável, porém, alguns cuidados devem ser tomados. Assim, nem toda a espécie é adequada ao ambiente urbano. Aspectos de grande porte e frutíferas, devem ser evitadas, sobretudo em regiões onde há expressiva circulação de pedestres, pois, além de danos ou riscos ao pavimento, calçada, podem eventualmente favorecer acidentes, seja pelo dano à calçada, seja por queda de um fruto por exemplo”, destaca o arquiteto e urbanista Renato Siqueira.
Para ele, o ideal é que o município tenha um plano de arborização urbana que indique as espécies adequadas, em casos de não existir, que o cidadão interessado busque informações na secretaria de meio ambiente.
Procurada pela nossa reportagem para saber que medidas vêm tomando a respeito da arborização não planejada, a Prefeitura de Campos disse que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade alerta que não é recomendado o plantio de árvores frutíferas de grande porte em vias públicas, especialmente em canteiros e passeios próximos a ruas e avenidas de grande circulação. “De acordo com a secretaria, espécies como jaqueiras, mangueiras e outras que produzem frutos grandes ou pesados podem oferecer riscos de acidentes envolvendo pedestres, motociclistas e motoristas, quando os frutos caem no chão ou sobre veículos. Atualmente, o município ainda não dispõe de um Plano Diretor de Arborização Urbana, mas já está em fase de elaboração. O documento servirá como norteador para a população, empreendedores e o próprio poder público sobre quais espécies são adequadas para a arborização urbana, conciliando segurança, bem-estar e preservação ambiental.”, disse a Prefeitura, por meio de nota, informando também, que enquanto o plano não é finalizado, a secretaria mantém a orientação por meio de programas de educação ambiental, reforçando que a escolha das espécies deve priorizar a segurança e a harmonia com o espaço urbano.