O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a possibilidade de extensão do estado de calamidade pública “não existe” e defendeu que uma melhora na regulamentação do teto de gastos é mais importante do que a instituição de um novo programa de renda mínima, este perseguido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Falando em evento virtual promovido pela XP, Maia frisou que a estrutura criada para o enfrentamento econômico da pandemia de Covid-19 “tem data para acabar” e que essa data é 31 de dezembro de 2020.
“E qualquer coisa que mude essa regra e mude aquilo que foi construído a partir de 2016 vai gerar impacto muito grande em indicadores econômicos”, afirmou Maia em referência ao teto de gastos, dispositivo criado em 2016 para conter o crescimento das despesas públicas.
O mercado financeiro tem mostrado cada vez mais nervosismo com a profusão de rumores e falas sobre eventual extensão do estado de calamidade pública para 2021 –aprovado em março e que desobriga o cumprimento da meta fiscal deste ano para o governo central, abrindo caminho para mais gastos com a epidemia.
Na sexta-feira, o dólar e os juros futuros subiram, e a bolsa caiu em meio a rumores de que o governo estaria preparando a prorrogação da medida, à qual o ministro da Economia, Paulo Guedes, é contrário.