Mais votado no segundo tuno da eleição de Campos, com uma pequena vantagem em relação ao pedetista Caio Vianna, o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD) resolveu investir pesado para vencer os entraves jurídicos que estão impedindo a confirmação da sua vitória, já que sua chapa foi impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Com votos anulados sub judice, devido a problemas com o seu vice, Wladimir deve ter sua chapa julgada na próxima semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vale lembrar que, no TRE, ele perdeu de goleada: 5 a 1.
Na tricheira de Wladimir entra em ação um conhecido escritório, o de Ary Bergher, advogado que já defendeu nomes como Sérgio Cabral e Eike Batista. Para completar, Bergher vem a ser amigo de ninguém mais, ninguém menos do que o ministro do TSE Luiz Felipe Salomão, ministro do TSE e relator do processo de Wladimir. Na posse de Bergher como presidente da Federação Israelita do RJ, lá estava Salomão ao lado do amigo.
O advogado Marcelo Weick, presidente da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), analisou o caso de Wladimir. Segundo o especialista em direito eleitoral, a situação do filho de Rosinha e Garotinho não é fácil de ser revertida. “Há o princípio da unidade. Não existe candidato sozinho. O voto é no candidato a prefeito e no vice”, explica Weick, ressaltando que Wladimir poderia ter feito a troca antes. “Ele já tinha conhecimento sobre essa possibilidade e assumiu o risco. Se o indeferimento ocorre após o processo eleitoral, há entendimento nas instâncias superiores da posse sem o vice. Porém, no meu ponto de vista, como o indeferimento foi antes, se não houver a reversão na instância superior, a chapa está contaminada e os dois impedidos”, frisou.
Sobre o argumento usado pela defesa de Wladimir, que cita decisões favoráveis aos candidatos em situação semelhante, ele afirma. “Esses casos são de candidatos que tiveram seus indeferimentos após o processo. Nos casos semelhantes ao de Wladimir, que ocorreram antes da eleição, os julgamentos não são favoráveis”, completou.