O médico anestesista Giovanni Quintela Bezerra, preso por estupro de uma grávida em uma cesariana no dia 10 deste mês, realizou 90 partos em quatro unidades de saúde diferentes. Os procedimentos foram realizados entre maio de 2021 e julho de 2022.
A informação foi passada pela Secretaria de Saúde, após questionamento da Defensoria Pública do Estado, que pedia informações sobre o número de cesarianas com a participação de Giovanni.
O anestesista está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
As unidades ficam em São João de Meriti, Niterói, Mesquita e Duque de Caxias, respectivamente:
Hospital Estadual Da Mulher Heloneida Studart: 29 partos cesárea entre março e julho de 2022
Hospital Estadual Azevedo Lima: 15 partos cesárea entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.
Hospital Estadual Da Mãe: 37 partos cesárea entre novembro de 2021 e julho de 2022.
Hospital Municipal Adão Pereira Nunes: 9 partos cesárea entre maio e dezembro de 2021.
A Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti (DEAM-SJM) concluiu a investigação sobre a prisão do médico. Giovanni foi indiciado por estupro de vulnerável.
A análise do vídeo que flagrou o estupro cometido pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra durante um parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart no dia 11 indica que ele começou a cometer o crime 50 segundos depois que o marido da vítima deixou o local com o bebê (leia abaixo outros pontos do inquérito).
Outros pontos do inquérito:
O vídeo de 1 hora e 36 minutos e 20 segundos, gravado pelo telefone de uma enfermeira, está íntegro e sem edições;
O médico aplica medicamento (provável sedação) na vítima 7 vezes durante a ação criminosa;
O laudo médico-hospitalar em material usado pelo médico para se limpar após o estupro deu negativo sobre a presença de sêmen. No inquérito, é explicado que como material passou por diferentes recipientes após a coleta não foi possível garantir sua integridade;
Tempo total do estupro: 9 minutos 5 segundos;
Laudo de medicamentos: cetamina e propofol; como as ampolas de medicamentos estavam quebradas pela própria utilização, a perita previu a possibilidade de contaminação entre os frascos;
19 pessoas foram ouvidas no inquérito (anestesista, vítima, marido, corpo técnico/médico e policiais).
Outros casos estão sendo investigados em outro inquérito: a Polícia Civil investiga mais de 40 possíveis casos de estupro de pacientes de Giovanni Quintella.