
A escola de samba União Cruzmaltina anunciou, nesta sexta-feira (8), que não vai mais ter como enredo no Carnaval 2024 o ex-governador Sérgio Cabral. Ele seria homenageado pela agremiação das torcidas vascaínas no próximo Carnaval, com um samba sobre sua gestão, que pretendia citar, entre outros projetos, a criação durante seu governo das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o teleférico do Alemão, a linha 4 do metrô e também as Unidades de Pronto Atendimento (UPA). A homenagem a Cabral havia provocado uma série de críticas de usuários nas redes sociais. Alguns falaram em “decepção” e outros fizeram piada, por conta de suas condenações. “Vai ter uma ala só com tornozeleira eletrônica?”
A escola justificou a decisão de mudança de enredo por causa dos “últimos acontecimentos que vem atingindo profundamente o Clube de Regatas Vasco da Gama e toda a nossa torcida”, assim substituindo o “emblemático enredo” sobre a trajetória do ex-governador, em sua gestão no Governo do Estado, entre 2007 e 2014, pela história da construção do estádio de São Januário.
A casa do time está proibida de receber torcedores desde 22 de junho, quando foi derrotado em uma partida contra o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, cruz-maltinos arremessaram sinalizadores em direção ao gramado do estádio. Nesta sexta-feira, os bombeiros e o Ministério Público do Rio (MPRJ) realizam uma vistoria no local, como parte da análise do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposta apresentada pelo clube ao órgão, para o retorno dos torcedores. O Vasco já tentou em alguns momentos viabilizar a volta do público ao estádio, porém, até o momento não houve autorização judicial.
Sérgio Cabral comentou a decisão em seu perfil. “O presidente Rodrigo Brandão e a diretoria me fizeram essa homenagem e eu fiquei muito comovido, até porque, logo que foi divulgada a escolha, houve algumas reações e ele se portou muito bem. Uma pessoa que eu não conhecia, que não me deve nada, no momento em que eu estou reconstruindo a minha vida, me escolheu para ser enredo. Aquilo me comoveu muito e eu senti na escola uma grande energia, a energia vascaína. Entretanto, os último acontecimentos exigem que a nação vascaína se una em torno, não da biografia de uma pessoa, de um ídolo, de um político, de um vascaíno ilustre. Esse momento exige que todos nós, vascaínos, façamos homenagens à história do Vasco, à história da criação do Vasco, à história do clube”, afirmou.