A influenciadora digital Tailane Garcia não foi encontrada durante a operação realizada nesta quinta-feira (7) pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). Policiais cumpriram mandados em dois endereços de Campos dos Goytacazes que seriam ligados a ela, mas não a localizaram. A Polícia Civil informou que a equipe chegou a identificar um novo endereço em que Tailane estaria, porém a influenciadora não atendeu aos agentes.
Tailane e outros 14 influenciadores são investigados por promover ilegalmente o conhecido “Jogo do Tigrinho”. Ao todo, a operação cumpriu 31 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão Bia Miranda, Gato Preto, Rafael Buarque e MauMau — este último foi preso em flagrante por posse de arma.
De acordo com as investigações, os conteúdos publicados pelos influenciadores prometiam lucros fáceis e atraíam seguidores para plataformas de apostas proibidas no Brasil. A Polícia Civil aponta sinais de enriquecimento incompatível com a renda declarada, incluindo viagens internacionais, veículos de luxo e imóveis de alto valor. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificaram movimentações bancárias suspeitas que, juntas, ultrapassam R$ 4 bilhões.
Segundo o delegado Renan Mello, alguns influenciadores recebiam valores fixos conforme o número de postagens, enquanto outros lucravam com o que chamou de “cláusula da desgraça alheia”, na qual recebiam um percentual sobre as perdas dos apostadores cadastrados por meio de seus links.
Tailane Garcia, que soma mais de 4,5 milhões de seguidores e é conhecida por vídeos de humor, foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
Nota da defesa
Por volta das 20h, a defesa de Tailane divulgou nota afirmando que a operação está em fase inicial e que não há acusação formal ou condenação contra sua cliente. O escritório Carolina Ramos Advocacia destacou que a divulgação de informações inverídicas ou ofensivas constitui violação à honra e à presunção de inocência, e advertiu que adotará medidas judiciais contra a propagação de informações falsas.
A defesa reforçou que Tailane jamais foi julgada ou condenada e declarou confiança no esclarecimento dos fatos, ressaltando que o processo corre em segredo de justiça.