O jurista Miguel Reale Júnior é um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016 e do ex-presidente Collor, 92.
Nesta quarta-feira (15) ele afirmou considerar o quadro brasileiro atual como desolador e destacou que os elementos para um impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são mais graves do que os que causaram afastamentos anteriores (Fernando Collor de Mello, em 1992, e Dilma).
Ele é o coordenador do grupo de juristas que emitiu parecer sobre supostos crimes cometidos pelo presidente da República durante a pandemia do novo coronavírus:
“O quadro é desolador. Se formos olhar os impeachments anteriores, esse é de uma gravidade exponencial, pois se colocou em risco um número enorme de brasileiros para salvar a economia, de olho em processos eleitorais futuros”, avaliou Reale ao dirigir-se aos membros da direção da CPI da Covid-19 no Senado Federal.
Reale ainda ressaltou que a atitude de Bolsonaro em relação à pandemia “não foi mera imprudência, era uma conduta pensada”, visando salvar a economia e mirando uma possível reeleição em 2022, em detrimento da vida dos brasileiros: “Tudo teve uma lógica e era uma lógica perversa”.