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Professor acusado por alunas de assédio em colégio da Aeronáutica é denunciado por ex-estagiárias

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By TRC
Atualizado pela última vez em: 19 de maio de 2022
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A Comissão de Direitos Humanos da OAB segue recebendo denúncias de possíveis práticas de assédio sexual contra professores do Colégio Brigadeiro Newton Braga, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Dessa vez, as acusações partiram de duas ex-estagiárias que trabalharam na unidade de ensino subordinada à Força Aérea Brasileira (FAB).

As duas mulheres que não quiseram ter suas identidades reveladas denunciaram ter sofrido assédio do professor Álvaro Luiz Pereira Barros, responsável pelas aulas de Educação Física do colégio. O assédio se daria por conta de mensagens consideradas inadequadas e até um toque na coxa de uma das estagiárias.

Elas entregaram aos advogados da comissão da OAB alguns prints que mostram trocas de mensagens de Álvaro. As duas estagiaram no Colégio Brigadeiro Newton Braga no ano de 2016 e decidiram deixar o estágio na instituição depois que perceberam as intenções do professor.

“Logo de cara ele fez um comentário que eu achei estranho. Era um período que a gente só observava a aula e tirava dúvidas com ele. A gente estava na aula, na beira da quadra conversando, trocando ideia e ele falou que sonhou comigo. Tinha mais duas meninas que faziam estágio no mesmo horário. Eu já fiquei meio em choque”, contou a ex-estagiária.

Segundo ela, o professor adicionou as três estagiárias no Facebook logo nos primeiros dias de contato. E foi através da rede social que Álvaro começou a mandar mensagens.

Em uma das mensagens atribuídas ao professor, uma das estagiárias é abordada à noite. Álvaro chama a jovem e já avisa que a conversa não tem “nada a ver com o estágio”.

“Oi (nome em sigilo), tenho que dizer uma coisa… Nada a ver com estágio. Mas fiquei com isso na cabeça até agora! Nooooooossssa. Você estava bonita demais hoje! kkkkk. Desculpe, nada a ver dizer isso…”, comenta o professor.

Álvaro segue com os comentários indesejados direcionados a uma colega de trabalho que ele deveria orientar.

“Você estava mesmo, estava transpirando alguma coisa! Você ta transmitindo uma sensação boa, só de olhar pra você! Estranho isso né? Precisava dizer… rs”, completa Álvaro.

Segundo a denúncia, dessa vez, o contato por um aplicativo de mensagens aconteceu às 9h46 da manhã, do dia 27 de maio. Nessa conversa, Álvaro diz que tem vontade de “dar beijos molhados” e vontade de se “lambuzar”.

“É sério… Vontade de dar beijos molhados. Vontade de me lambuzar… Eu fiquei cheio de vontade de contar o sonho, mas você teve que dormir… Depois tive outro sonho mais doido. rs”, escreveu o professor.

Conhecido pelos alunos do Colégio Brigadeiro Newton Braga como sonhador, por conta do modo repetitivo e inconveniente de abordar alunas menores de idade através das redes sociais, Álvaro parece, de acordo com as novas denúncias, utilizar a mesma tática para se aproximar de outras mulheres.

“Confesso que eu pensei que fosse comentar do sonho na terça… Mas fiquei meio sem jeito… kkk”, comentou Álvaro.

Mesmo após ficar sem respostas por três dias, o professor tentou retomar a conversa com a estagiária nos dias 30 de maio e 1 de junho.

“Oi lindaa” “Oi gatinha… Me abandonou ontem”

Sete horas depois da última mensagem de Álvaro, a estagiária responde e diz: “É bom variar um pouco”.

Insistente, segundo as denúncias, o professor de Educação Física tenta por mais cinco vezes estabelecer algum contato com a estagiária. Contudo, Álvaro não teve sucesso em suas investidas.

“Eu só pensava que eu tinha que completar as horas do estágio pra faculdade e eu precisava continuar, se não já tinha dado um corte nele. Eu fui conversar com a minha amiga (que também fazia estágio lá) e mostrei as mensagens. E ela disse que ele tinha feito a mesma coisa com ela”, revelou a ex-estagiária.

Estudantes abandonaram os estágios

Mesmo sem responder as mensagens de Álvaro nas redes sociais, os contatos do professor continuaram nos dias 13 e 20 de junho, 2, 5 e 8 de julho de 2016.

“Gatinha, boa noite”. “Oi moleca”. “Oi bonita. Como você tá?”. “Oi sumida, boa noite”. “Oi linda, parabéns e muitas felicidades pra você! Beijos no coração”

“Bom dia mocinha… Quanto tempo, sumiu… Saiu ou não está mais nos meus horários? Espero que esteja bem. Bom fim de semana!”

As duas estagiárias que acusam o professor Álvaro de assédio sexual abandonaram os estágios no Colégio Brigadeiro Newton Braga logo após avisarem a direção da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde elas cursavam educação física.

Uma das universitárias contou que por pouco não perdeu um período na faculdade, já que as horas de dedicação ao colégio não foram contabilizadas. Segundo o relato, só depois de contar sobre os casos de assédio para um coordenador da UFRJ, ela conseguiu recuperar as horas de estágio.

“Eu nem voltei mais no colégio para buscar minhas horas de estágio porque eu não queria ter mais contato com ele”, disse ela.

Sentimento de culpa

A professora de Educação Física, que na época do estágio no Colégio Brigadeiro Newton Braga tinha 24 anos, contou ainda que o professor Álvaro não se limitou a praticar assédio por mensagens de texto.

Segundo ela, em um curso sobre badminton dentro do colégio, mas fora do horário de estágio, Álvaro chegou para conversar com ela passando a mão em sua coxa.

“A gente estava batendo papo com os instrutores do curso e ele chegou para falar comigo colocando a mão na minha coxa. Não tinha motivo pra ele fazer aquilo. Eu senti nojo”, disse.

Como em muitos casos de assédio, a ex-estagiária também se sentiu culpada por passar por aquela situação. Segundo o relato, no primeiro momento, ela achou que pudesse ter dado alguma abertura para o professor achar que seria normal passar a mão em sua perna.

“Eu ficava pensando: ‘Em que momento eu dei algum tipo de liberdade para ele tomar essa atitude?’ Eu me senti culpada. Na minha profissão, a gente tem que ser simpática e eu pensei que poderia ter dado algum tipo de liberdade”, disse ela.

Com o tempo, o sentimento de culpa foi dando lugar ao nojo, segundo a ex-estagiária de Álvaro. A jovem contou ainda que quando leu sobre as outras denúncias contra ele, percebeu que precisava falar sobre o caso.

“Quando eu vi a matéria e vi os prints, eu me reconheci. Parecia que ele estava falando comigo”.

“Eu trabalhava com ele no sétimo ano, com crianças de 14 e 15 anos. Eu não imaginava que ele fazia isso com as crianças. Eu achei que fosse só comigo que era estagiária, tinha 24 anos. Mas eu senti nojo e asco dele quando soube que ele fazia isso com as crianças. Parecia que ele era um robô e copiava e colava o mesmo discurso para todo mundo”, completou.

Colégio faltou a reunião sobre o caso

A ex-estagiária revelou que a direção da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ pediu formalmente uma reunião com a direção da escola da Aeronáutica. Contudo, no dia marcado, o colégio não enviou representantes. Na opinião da advogada Brunella Moraes, integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, a escola foi omissa nesse caso.

“O Colégio Militar Brigadeiro Newton Braga foi, no mínimo, omisso. Teve possibilidade de se manifestar, mas não compareceu e parece não ter repercutido a denúncia internamente”, disse a advogada Brunella Moraes

Para a advogada Mariana Rodrigues, procuradora da comissão, existe um padrão da instituição diante de casos como esses.

“Observa-se que a escola repetiu o que fez com as demais denunciantes. Alguns casos foram alvo de Inquéritos Policiais Militares e ensejaram a abertura de Procedimentos Administrativos Disciplinares, mas até hoje, nenhum deles chegou a qualquer conclusão”, contou a advogada.

O que dizem os envolvidos

Questionados pela reportagem sobre essa nova denúncia de assédio contra o professor Álvaro Barros, os responsáveis pelo Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB) se limitaram a enviar por e-mail a mesma nota de resposta enviada para explicar as denúncias de ex-alunas da instituição.

“A respeito dos questionamentos em tela, trata-se de assunto ocorrido há aproximadamente dois anos e que não foi denunciado formalmente à Instituição”, dizia um trecho da nota, diante de um caso que ocorreu em 2016, por tanto, há seis anos.

O professor Álvaro Barros também não retornou as mensagens e ligações feitas pela reportagem.

Já a direção da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEFD/UFRJ), confirmou que marcou uma reunião com a direção do Colégio Brigadeiro Newton Braga para tratar sobre as denúncias de assédio.

Segundo a EEFD/UFRJ, a reunião aconteceu no dia 6 de julho de 2016, mas a unidade de ensino subordinada à Força Aérea Brasileira não enviou representante.

“Após diálogos estabelecidos entre todas as presentes na reunião, foi recomendado que as estudantes concluíssem seus estágios em outro local, uma vez que não dispúnhamos de qualquer documento por escrito configurando a denúncia. Foi estabelecido ainda que a direção EEFD continuaria insistindo em uma reunião com representante do Colégio, procedimento este que foi adotado, pois a direção EEFD buscou, insistentemente, agenda junto à unidade de ensino para proceder com as tratativas em casos desta natureza, sem qualquer retorno.

Desde este episódio até a presente data, a direção da EEFD ainda não recebeu outra queixa de assédio envolvendo um professor da mesma Instituição.

Cabe ressaltar que esta Direção, desde que assumiu em 2016, mantém como prática de gestão no âmbito da Arte e da Educação, as portas do gabinete permanentemente abertas aos segmentos docente, discente, técnico-administrativo e terceirizado, a fim de abrir diálogos para proceder com as tratativas e encaminhar resolutividades em torno de qualquer situação que aflige integrantes do corpo social da EEFD. Tal prática tem surtido efeitos muito positivos com relação a situações geradoras de desconforto e constrangimento aos nossos/as docentes, discentes, técnicos/as e terceirizados/as.”

 

 

 

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