A Justiça do Rio aceitou denúncia do MP contra os quatro envolvidos na morte do policial civil Renato Couto de Mendonça, ocorrida no último dia 13 de maio.
“A denúncia expôs, com clareza, os fatos criminosos e todas as suas circunstâncias. Consta ainda a qualificação dos denunciados e a precisa tipificação dos crimes imputados”, escreveu o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal da capital.
De acordo com a denúncia, da 2ª Promotoria de Justiça, o militar Bruno Santos de Lima atirou no policial, na Praça da Bandeira, e contou com a ajuda dos também militares Daris Fidélis Motta e Manoel Vítor da Silva Soares, além do seu próprio pai, Lourival Ferreira de Lima. Em seguida , Bruno, Manoel e Daris colocaram a vítima na van da Marinha e jogaram-na do alto de uma ponte sobre o Rio Guandu.
O documento relata que o crime foi cometido por motivo torpe, uma vez que a vítima ameaçou fechar um ferro velho explorado por Bruno e Lourival, caso não fosse ressarcida por bens que teriam sido furtados de sua casa, e que teriam sido receptados pelo estabelecimento. Além disso, o homicídio foi praticado por asfixia (afogamento), já que Renato foi jogado ainda vivo no Rio Guandu por Bruno e Daris, com a ajuda de Manoel.
A denúncia também cita que o crime foi cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, já que, no dia do assassinato, Lourival atraiu o policial para o estabelecimento, com a promessa de lhe ressarcir, e Renato foi surpreendido pelos três militares, que o atacaram e, no caso de Daris e Manoel, o seguraram para que Bruno pudesse efetuar os disparos. Daris também ajudou a colocar a vítima no interior da van que os levou ao local, com o intuito de levá-la até a ponte, enquanto Manoel dirigiu o veículo.
Com relação à fraude processual, segundo o MP Lourival recolheu, do local onde aconteceram os disparos, os estojos ejetados da arma de fogo utilizada por Bruno, com o intuito de induzir a erro a perícia criminal, mesma prática utilizada pelos outros três denunciados que, após a vítima ser arremessada no Rio Guandu, lavaram os vestígios de sangue existentes no veículo utilizado para consumar o crime.