Mariana Serrano de Oliveira, Yasmin Navarro e Gabriela Silva Vieira, as integrantes da quadrilha das blogueiras que estão foragidas, bem que tentaram o benefício da liberdade provisória dado a Ana Carolina de Sousa Santos e Rayane Silva Souza – que estavam presas há quase um ano -, mas tiveram seus pedidos negados.
Na semana passada, as blogueiras que cumpriam medidas cautelares foram colocadas em liberdade pela desembargadora Suimei Cavalieri, da Terceira Câmara Criminal do Rio de Janeiro, que entendeu que Ana Carolina e Rayane estavam presas há muito tempo sem que seu caso tenha sido julgado.
“Cumpre reconhecer a ilegalidade por excesso irrazoável no tempo de segregação cautelar das pacientes, que se apresentaram espontaneamente em juízo para cumprimento de suas prisões cautelares há quase um ano”, escreveu a magistrada em sua sentença.
As defesas das três foragidas tentaram a extensão do benefício por meio de um habeas corpus, mas tiveram o pedido negado na segunda-feira (6).
“Não havendo identidade de situações fático-processuais entre os corréus, não cabe, a teor do art. 580 do CPP, deferir pedido de extensão de benefício obtido por determinado corréu. Assim, a liberdade provisória concedida a codenunciadas do processo de origem, admitida pelo excesso de prazo de efetivo cumprimento de suas prisões cautelares, evidentemente não se extende à paciente, FORAGIDA”, grifou em caixa alta a juíza.
A quadrilha das blogueiras foi presa em flagrante no ano passado em uma operação policial que investigava o grupo que aplicava o chamado “golpe do motoboy” no Rio de Janeiro. Como viviam uma vida de glamour e ostentação nas redes sociais, o grupo ficou conhecido como a quadrilha das blogueiras.
Elas tiveram a prisão preventiva decretada, mas apenas duas se apresentaram à Justiça e estavam presas desde então. Gabriela, Mariana e Yasmin seguem como foragidas, mas, vez por outra, se exibem em redes sociais, como no início desse ano quando postaram em bares e shows na região do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
O caso delas tem ainda um imbróglio jurídico, já que Yasmin Navarro também figura em um processo por estelionato em Santa Catarina.
Entenda como fica o caso das blogueiras
No início de maio, o Ministério Público do Rio de Janeiro declinou da competência de denunciar a quadrilha das blogueiras em favor da comarca de Florianópolis, que, junto com a polícia, teria alertado a Justiça catarinense primeiro sobre o grupo que atua por lá e que tem como chefe Alexandre Navarro Junior, o Juninho, e a participação de Yasmin Navarro, irmã dele e integrante da célula carioca.
O caso aqui já estava em fase de conclusão ao juiz, que entendeu o declínio e repassou o caso para Santa Catarina.
No entanto, Yasmin Navarro, que segue como foragida no Rio de Janeiro, teve sua ação trancada por lá e a soltura da denunciada, que supostamente cumpria prisão domiciliar.
O MP de Santa Catarina analisa se vai recorrer da decisão.
“Foi expedida a intimação na segunda-feira (16), e a decisão está agora em análise acerca das providências cabíveis ao caso”, informou o MPSC.
O caso
O grupo que ficou conhecido como quadrilha das blogueiras foi preso em grupo foi preso em flagrante, pela primeira vez, no dia 7 de julho, acusado de aplicar o chamado golpe do “motoboy” no Rio.
Elas conseguiram um relaxamento de prisão, mas acabaram tendo um novo pedido de prisão detretado depois que Rayane Silva Sousa ter feito uma festa zombando da Justiça e que foi parar nas redes sociais. Ela e Anna Carolina de Sousa Santos se apresentaram e voltaram imediatamente para a prisão.
Mariana Serrano de Oliveira, Yasmin Navarro e Gabriela Silva Vieira, que eram moradoras de São Paulo, protelaram a apresentação alegando que viviam em outro estado, e que esperavam o resultado de habeas corpus com pedido de relaxamento da prisão, o que foi negado.