Alunos da Faculdade de Medicina de Campos (FMC) realizam um protesto, em frente à unidade, contra o reajuste da mensalidade anunciado na última semana. Com o aumento, a partir do ano que vem, os estudantes pagarão mais de R$ 10 mil mensais para cursar. Eles denunciam que a Fundação Benedito Pereira Nunes (FBPN), mantenedora da FMC e do Hospital Escola Álvaro Alvim (HEAA), tem hoje um caixa de R$ 20 milhões para ser usado em situações emergenciais, realidade que anularia a necessidade do reajuste. Outro ponto questionado pelos graduandos é que a Fundação é filantrópica e, sendo assim, não deveria objetivar lucro.
Aluna do 6º período, Sara Maia contou que a Faculdade tentou calar os estudantes assim que eles começaram a se organizar para realizar a manifestação. “Chegou mensagem no nosso grupo dizendo que uma aluna havia sofrido represálias por ter participado de uma manifestação tempos atrás. E isso foi suficiente para calar um grupo de alunos. Os bolsistas, por exemplo, não estão aqui hoje por medo de serem penalizados. Além de não nos ouvir, eles também querem nos calar. Não vamos admitir isso”, defendeu Sara.
Um material divulgado pelos alunos concentra uma série de questionamentos, dentre eles o fato de os relatórios de gestão financeira e balanços das instituições não serem apresentados com clareza para os estudantes. O grupo também denuncia que o aumento das mensalidades é só a ponta do iceberg, porque a FBPN e o HEAA também recebem verba pública, já que realizam atendimentos pelo SUS, além de doações e emendas parlamentares. Outra séria denuncia feita pelos alunos é de que há professores que recebem mais de R$ 50 mil mensais e diretores que fazem viagens com tudo pago pela instituição.
Segundo os manifestantes, a FMC tem hoje cerca de 720 alunos, mais de 500 deles pagantes.