O Americano já trata de encaminhar todos os trâmites para, num futuro bem próximo, se transformar em empresa, ou seja, numa Sociedade Anônima de Futebol SAF). Para cuidar destas exigências, o clube contratou desde o ano passado um escritório de advocacia no Rio de Janeiro, com especialidade nesta área.
“O Americano já está no mercado com sua marca e estes profissionais especializados na busca de captação de recursos para fecharmos este processo de transformação do clube numa SAF, mas que depende de entendimentos e negociações quanto ao modelo de SAF que será feito e que passará também pela apreciação do Conselho Deliberativo do clube”, disse o vice-presidente administrativo do clube, Fábio Rangel.
O dirigente não falou em cifras estipuladas para definir o valor global do patrimônio do Americano. “Depende do modelo de operação e o que interessa aos investidores e ao clube. O Botafogo vendeu 90% das ações, já o Vasco vendeu 70%, ficando inclusive com a sede e o estádio de São Januário. Depende muito do modelo, do perfil de negociação”, analisou.
O Americano, avalia Fábio Rangel, tem atrativos como poucos clubes do seu porte e até mesmo os de maior projeção no país possuem, “como um patrimônio numa área de 198 mil metros quadrados, onde estão instalados um complexo administrativo, um centro de treinamentos e um estádio com 80% do total já construído, além de sua história no cenário nacional e internacional”, acrescentou.
“Afora isso, o clube tem uma boa imagem e credibilidade. Se conseguimos montar um bom elenco e estamos brigando por uma vaga na semifinal e pela única vaga para retornar à elite do Rio de Janeiro, é porque o clube paga religiosamente em dia. Jogadores se comunicam entre si. Antes de vir para cá eles se informam com os colegas e sabem que o Americano é um clube que cumpre rigorosamente seus compromissos”.
Fábio Rangel considera que a entrada de recursos de fora para manter o clube, através de uma SAF ou transformação em clube-empresa, é a grande saída encontrada pelos clubes brasileiros.
“Se grandes clubes como Vasco, Botafogo e Bahia com suas marcas mais poderosas estão buscando este caminho, imagine os de menor investimento como o Americano… Não há outra saída. Não temos o desejo de nos perpetuarmos como dirigentes. Queremos, sim, é que o clube encontre novos caminhos de sobrevivência continue vivo e forte, representando Campos como sempre fez, independentemente de termos cargos”, comentou ainda. “A época é outra. No passado já tivemos 12 mil sócios, mas hoje dependemos de abnegados como o próprio presidente Vagner Xavier, Márcio Campos, Davi Fernandes e outros que tem dado suporte ao clube”, comparou Fábio Rangel.
Exemplos de clubes que buscaram com êxito o caminho da transformação em SAF como forma de sustentação não faltam, inclusive pelo mundo, lembra o dirigente. “O Manchester City era o patinho feio de Manchester, um clube que até então disputava a segunda divisão. Hoje chegou à tríplice coroa batendo o United, seu grande rival da cidade. Outro exemplo é o Bragantino, que optou por um outro modelo, de clube empresa, mas que alcançou outra projeção no cenário nacional”, lembrou.
Quanto ao estádio, Fábio Rangel considerou que 80% das obras da estrutura e arquibancadas foram entregues pela construtora, faltando o gramado, placares, iluminação e gramado, entre outros itens. “Sobre o estádio, o Americano aguardou o que foi pactuado, mas todos os prazos foram extrapolados, ou seja, a empresa não cumpriu. Neste caso, não há outra saída: ou se cumpre o contrato ou o clube vai ter mesmo que apelar para a Justiça”, finalizou.