Desde março impedidos, devido à pandemia do novo coronavírus, os eventos em Campos não devem retornar agora, mas empresários do ramo já estão reajustando os cálculos e animados com o ritmo das conversas com a superintendência de Entretenimento e Lazer e com o Executivo. O custo do formato drive-in, liberado na Fase Verde, o nível 2 do plano de retomada das atividades econômicas e sociais, o “Campos Daqui Para Frente”, tem sido um empecilho para quem atua no ramo. Na contramão dos eventos legalizados, as festas clandestinas têm sido um desafio para a Prefeitura, que conta com as denúncias da população, e também para a Polícia Militar. Na última sexta, Campos ultrapassou a marca de sete mil casos positivos de Covid-19. Com 7.087 confirmações da doença desde o início da pandemia, o município contabiliza ainda 398 óbitos. A Prefeitura atualizou os dados da ocupação de leitos na última quarta-feira (07). O quadro de ocupação leitos públicos (próprios e contratualizados) aptos ao tratamento da Covid-19 está em 31% na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 51% na clínica médica.
O produtor de eventos Rodrigo Barreto, o Brinquinho, da Invictus Produtora e da Quatro Ventos, que em julho, em matéria da Folha Dois, disse que tinha todo um projeto de drive-in montado para a região, revelou que a aplicação do mesmo, no momento, é inviável para a realidade do município, devido ao enfrentamento à pandemia.
Acreditamos que agora não tem tanto esse apelo, mediante já ter flexibilização para outras áreas de entretenimento e os custos seriam muito elevados. Teríamos que fazer o repasse dos custos dos valores dos ingressos e ficaria um valor extremamente alto. Talvez não fosse o momento devido à recessão financeira e a grande maioria da população sem ter sua renda por completo.
— explicou o produtor.
Rodrigo, no entanto, vislumbra para um futuro próximo, a retomada gradativa dos eventos, baseado em reuniões que vêm sendo feitas com a secretaria de Entretenimento e Lazer. “As conversas já estão bem adiantadas, já estamos vendo acontecer em outras cidades e eu acredito que não isso não deve demorar por aqui também. À princípio, são eventos com 50 pessoas e, se não me engano, já vai sair para 100 pessoas, e começar a aumentar gradativamente”, disse o empresário.
Rodrigo disse, ainda, que o setor está preparado para o retorno progressivo das atividades, pensando no equilíbrio das contas. “Vamos aguardar um número em que as contas se equilibrem para iniciar. No início não estamos buscamos êxito de lucro financeiro nos eventos. É mais para botar a roda para girar novamente. Damos uma certa renda aos nossos colaboradores que só dependiam disso, então, a gente sabe que, inicialmente, não vai ter retorno financeiro. Queremos mesmo empatar o evento para colocar um giro para esse pessoal”, finalizou.
A prefeitura de Campos disse, em nota, que existem “duas solicitações na Superintendência de Entretenimento e Lazer para drive-in (escola e imobiliária) e de um salão para evento.
Eventos clandestinos desafiam autoridades
Na contramão de quem quer se enquadrar às normas de flexibilização do “Campos Daqui Para Frente”, uma série de eventos clandestinos vêm sendo realizado em Campos e desafiado as fiscalizações da Prefeitura, que precisa da participação da população, com denúncias, e da Polícia Militar, que tem atuado na coibição desses eventos. Durante a última semana, a Folha da Manhã recebeu denúncia da realização de um evento, divulgado em grupos de WhatsApp. O cartaz não diz o local da festa, marcada para 21h da última sexta (09), com a presença de sete DJs.
Por telefone, que um dos organizadores disponibilizou no anúncio, o local da festa foi confirmado na piscina do km 07, no Jardim Aeroporto, em Guarus.
O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Luiz Henrique Barbosa, disse que a PM não tinha conhecimento, mas que ele mandaria uma equipe ao local. Segundo ele, “todas as denúncias são verificas, porém os eventos são muitos”.
O comandante disse, ainda, que, com a chegada da PM, “geralmente se encerra o evento sem necessidade de conduzir à DP, mas, se for o caso, levaremos com certeza para a apreciação do delegado”.
Em nota, a prefeitura de Campos disse que “a atuação dos agentes da Força-Tarefa de Combate ao Coronavírus prossegue em todo o município, principalmente de forma educativa, num reforço a importância ao cumprimento das medidas de isolamento social, dentro do Plano de Retomada das Atividades Econômicas e Sociais. Até o último mês, mais de cinco mil fiscalizações ao comércio haviam sido realizadas e aplicadas mais de 400 multas por descumprimento de regras, desde o decreto 33/2020, de 20 março deste ano. Para denúncias, as pessoas devem entrar em contato com o telefone da secretaria de Segurança Pública (22) 98175-2058 ou da superintendência de Postura, através do número (22) 98168 3645. A Guarda Civil Municipal também pode ser acionada através dos números (22) 98175 0785 e 153″.
Município chega a 7 mil casos de Covid
Na noite dessa sexta-feira (09), Campos ultrapassou a marca de sete mil casos positivos de Covid-19 desde o início da pandemia do novo coronavírus. Novo boletim epidemiológico trouxe mais duas mortes e 180 novos casos da doença. De acordo com a Vigilância em Saúde, o município contabiliza 398 óbitos e 7.087 confirmações da doença desde o início da pandemia. Além disso, 18.742 pessoas apresentaram sintomas suspeitos do vírus e são acompanhadas por equipes de saúde. Até o momento, 5.559 pacientes já se recuperaram da Covid-19.
Segundo a Prefeitura, dos suspeitos, 18.656 casos são caracterizados como síndrome gripal e 86 como síndrome respiratória aguda grave.
No dia 28 de setembro, Campos entrou na Fase Verde, que aponta novas flexibilizações. As autoridades orientam à população para manter os cuidados de prevenção, como lavar bem as mãos, usar máscara e álcool em gel, além de manter o distanciamento social, evitando ambientes com aglomerações. A não utilização de máscara, inclusive, gera multa.
A Prefeitura não informou a disponibilidade de leitos nas unidades privadas, mas disse que até a última quarta o quadro de ocupação leitos públicos (próprios e contratualizados) aptos ao tratamento da Covid-19 está em 31% na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 51% na clínica médica.
