As famílias das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense ainda tentam na justiça a indenização do seguro da aeronave que fazia o transporte para a final da Copa Sul-Americana, em novembro de 2016. Foram 71 vítimas fatais entre jogadores, funcionários, convidados e jornalistas. A busca por respostas é incansável, e alguns passos já foram dados quatro anos após a tragédia: ação civil pública contra empresas envolvidas, processo em andamento nos Estados Unidos e a criação de uma CPI no Senado.
A aeronave da LaMia, que caiu nas proximidades de Medellín, possuía uma apólice de seguro contratada no valor de US$ 25 milhões – valor abaixo do usado para voos deste tipo -, mas a seguradora se recusa a fazer o pagamento por considerar que havia problemas no voo. As famílias, por sua vez, apontam outras irregularidades na contratação do seguro, liberação do voo, e buscam na justiça reparação, mas ainda estão sem receber.
– A realidade é que quase nenhum dos envolvidos foi responsabilizado pelo acidente ainda, o que é muito triste. O acidente é o resultado da negligência de várias empresas e agentes públicos e o não pagamento das indenizações é fruto dos descaso das empresas responsáveis pelo seguro e resseguro que protegia a aeronave e a operação da empresa LaMia. Triste saber que tantas famílias, num acidente que chocou o mundo, são vítimas do descaso mesmo após tanto tempo – disse Mara Paiva, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense.